quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Germano Romero - O Mundo Que Não Queremos



Ah, mundo...Procuram vida extraterrestre pelas galáxias, gastam bilhões de dólares atrás de saber se tem água na Lua, ou em Marte, e esquecem de que os rinocerontes estão se extinguindo.


Desenvolvem-se tecnologias bélicas, terríveis armamento químicos e nucleares, utilizando quantias milionárias para armazenar arsenais que podem acabar com o planeta em poucas horas, mas esquecem de que os recursos naturais estão se ultimando.

São dispendidas   vultosas quantias em fabricação de incontáveis medicamentos e vitaminas sintéticas, abrem-se inúmeras farmácia, em toda esquina, mas não impedem que a comida seja contaminada por agrotóxicos, sem nenhum controle dos órgãos responsáveis.

Descobrem que as sacolas plásticas de supermercado, que não são recicláveis, passam séculos para se degradar no meio ambiente, mas não se proíbe a sua fabricação, e ainda sacodem por aí, em tudo que é canto. 

Adverte-se que em algumas dezenas de anos a água potável faltará no planeta e será motivo até de guerras entre os povos, mas não se lembram de empreender projetos para despoluir os fios, que viraram esgotos.

Alarmantes são os índices de poluição urbana nas grandes cidades, mas não se investe em trens, metrôs, pelo contrário, aumentam a produção de veículos privados.

As florestas que equilibram o meio ambiente e produzem nosso oxigênio se reduzem a cada ano, mas flexibilizam os códigos florestais para permitir mais desmatamento.

Enchentes crescem a cada ano nas áreas urbanas, mas não se promove a permeabilidade do solo, nem se aumenta a drenagem natural.

Por fim, promulga-se uma lei que proíbe as empresas privadas de doar dinheiro aos partidos políticos, mas os próprios políticos criam um fundo bilionário com dinheiro público para financiar as suas campanhas.

Decididamente, esse é o mundo que não quero para mim.Nem pra ninguém.

Germano Romero
Arquiteto e bacharel e Música.

Publicadono jornal Correio da Paraíba
Edição de 24 de agosto de 2018
Opinião.

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