segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Germano Romero - É Domingo, Hein?

Eita, ano difícil, esse 2018...Um ex-presidente é preso, um candidato a presidência é esfaqueado,temos uma campanha eleitoral conturbada e com tendências a polos extremos. Muita exacerbação de ânimos, amizades e laços familiares estremecidos, e um clima de acirramento nunca visto nas discussões políticas de outrora.

Para acidificar ainda mais o pleito, as chapas favoritas se compuseram com candidatos extremistas a vice-presidentes. De um lado, a militante de um partido comunista e, de outro, um general do Exército. Como a importância do cargo de vice-se evidenciou muito após o impeachment de Dilma, a população anda mais atenta às escolhas das chapas.

A verdade é que a disputa promete, Provavelmente, em dois turnos, exceto  se as urnas surpreenderem e desmoralizarem as tantas pesquisas já divulgadas.

O festival de acusações não tem mais tamanho. Chegaram a organizar manifestações inéditas contra candidatos.Curioso porque antigamente só se viam passeatas e carreatas a favor de alguém. O povo ia às ruas para demonstrar seu apoio,  seu entusiasmo pelo político que confiava, e não para protestar contra outro, que não era do seu agrado. Bem, são os frutos da democracia. Que assim seja.

A grande falta que faz ao povo brasileiro é, na verdade, o discernimento. E , para tê-lo, só com educação. Instruído, o povo se liberta, se conscientiza, começa a perceber as coisas com sabedoria. Mas, isso é o que os maus políticos não querem. Preferem o povo ignorante, dependente dos programas de distribuição de renda, facilmente manipuláveis.

Sem educação, o povo continuará a reeleger corruptos, candidatos de ficha suja. Continuará ludibriado e iludido movido por interesses pessoais, em benefício próprio. Um círculo vicioso sem fim. Como sem fim está parecendo esse fatídico ano de 2018.Ah ano difícil... Ainda bem que já vamos votar. É domingo, hein?

Germano Romero
Arquiteto e bacharel em música.

Publicada no jornal Correio da Paraíba
Edição de 05 de outubro de 2018.
Opinião

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