Brasil
Demitido em abril, o ex-ministro da Saúde criticou a postura do presidente, crítico do distanciamento social
Luciana Lima
08/08/2020 18:51 atualizado 08/08/2020
Demitido em meados de abril do Ministério da Saúde , em plena ascensão da pandemia do coronavírus no país, Luiz Henrique Mandetta avaliou que a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contrária a medidas inicialmente indicadas pelo Ministério da Saúde, e as interferências feitas por ele na pasta foram fatores que levaram o país a tirar de foco o distanciamento social e chegar a cerca de 100 mil mortes pela Covid-19 . A informação é do jornal Folha de São Paulo.
“Houve uma série de fatores, mas o fator presidente foi preponderante. Ele deu argumento para as pessoas não ficarem em casa. Ele deu esse exemplo e serviu de passaporte para as pessoas aderirem politicamente a essa ideia”, disse o ex-ministro.
Na visão do ex-ministro, o governo também “abriu mão da ciência” e das ações para controle e “ficou em um debate menor, que é a cloroquina”.
“Foi uma somatória de fatores, mas principalmente liderados pela posição do governo, que trocou dois ministros e botou um terceiro que fez uma ocupação militar, sem técnicos na Saúde”, disse o ex-ministro, que trabalha hoje na finalização de um livro narrando sua jornada no Ministério da Saúde, desde o dia em que a China reconheceu o novo coronavírus até sua saída do cargo.
Neste sábado, o ex-ministro usou as redes sociais citando o que acredita serem as causas para a morte de mais de 100 mil pessoas. “Cem mil vidas perdidas. Negacionismo, desprezo à ciência, perda de credibilidade e ausência de liderança. Solidariedade às famílias.Força SUS! Oremos!”, postou.
Cem mil vidas perdidas. Negacionismo, desprezo à ciência, perda de credibilidade e ausência de liderança.
Solidariedade às famílias.Força SUS!
Oremos!
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