quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Bambolê


De volta aos anos 50
Susana Vieira e Claudio Marzo
Ambientada no Rio de Janeiro, Bambolê de Daniel Más contou a história de um homem moderno, que lutava contra uma sociedade hipócrita e moralista.

Mauricio Mattar
A juventude agitou a trama - Belas mocinhas (e vilãs), além de 'rebeldes sem causa' - com suas jaquetas pretas e goma no cabelo - fizeram a alegria do público.

As novelas de época exercem a função de levar aos telespectadores um tempo em que não viveram ou a uma época que deixou saudade. E ao retratar o Rio de Janeiro de 1958, a novela Bambolê cumpriu bem esse papel. Girava em torno do viúvo Álvaro (Cláudio Marzo) e suas três filhas, Ana (Myriam Rios), Yolanda (Thais de Campos) e Cristina (Carla Marins). As belas viviam divididas entre o pai de pensamento moderno (para a época) e a tia conservadora. Fausta (Joana Fomm), mas cada uma com seu estilo e personalidade.

O glamour do final dos anos 50 no Rio de Janeiro -  quando a cidade ainda era a capital Federal - é o pano de fundo de Bambolê, novela de grande sucesso do horário das 18h. De autoria de Daniel Más, retratava o comportamento da época, o governo de Juscelino Kubitschek, a construção de Brasília, a Bossa Nova e o surgimento de um rei do futebol, Pelé. 


Claudio Marzo
Na trama, Álvaro era um homem à frente de seu tempo
É nesse contexto que vivia Álvaro (Claudio Marzo), o protagonista da história inspirada no romance Chamas e Cinzas, de Carolina Nabuco.

Pai e filhas

Thís de Campos,Carla Marins e Myrian Rios
À frente do seu tempo, Álvaro (Claudio Marzo) é viúvo, pai de três moças - Ana (Myriam Rios), Yolanda (Thaís de Campos) e Cristina (Carla Marins) - que se recusa a aceitar os valores de uma sociedade que julga ser hipócrita e machista. Não à toa, ele deixa bem claro para as herdeiras que elas não precisam fazer um bom casamento. Ao contrário, quer vê-las independentes, donas de suas próprias vidas. Com tal postura, ele se tornou o grande amigo das filhas, no entanto, seu jeito de ser não era visto com bons olhos por muita gente e despertou a fúria de sua cunhada, Fausta (Joanna Fomm).

A namoradeira

Thaís de Campos

Entre as filhas de Álvaro (Claudio Marzo), a responsável por trazer certa dor de cabeça ao pai era a sedutora Yolanda (Thaís de Campos) Apaixonada pelo 'rebelde sem causa' Murilo (Maurício Mattar), ela precisava rebolar ´para driblar a implicância de Fausta (Joanna Fomm)- que fazia de tudo para ver a sobrinha bem longe do rapaz, que só andava de lambreta, usava jaqueta preta e não abria mão de passar goma nos cabelos. Além de não contar com apoio da 'tia chata', o garotão tinha que encarar um rival de peso: Alligator (Guilherme Leme). Arrogante, competitivo e louco por Yolanda (Thaís de Campos)), ele tentou por várias vezes atrapalhar o namoro da amada com Murilo (Maurício Mattar)


Thaís de Campos e Maurício Mattar

Murilo (Mauricio Mattar) era apaixonado pela sapeca Yolanda (Tháis de Campos)





A romântica

Myrian Rios
A doce Ana era cobiçada por muitos
Já a filha mais velha de Álvaro (Claudio Marzo) era uma espécie de porto seguro da família. Muito romântica e sensata, ao longo da novela a jovem Ana(Myriam Rios) despertou a paixão do empreiteiro Barreto (Rubens de Falco), um homem bem mais velho e que era um grande amigo de seu pai, Com seu jeito meigo, Ana (Miryan Rios) também conquistou o amor de Evaristo (Rodolfo Bottino). Mas o seu coração era mesmo de Luiz Fernando (Paulo Castelli).

Paulo Castelli e Myriam Rios

A invejosa

Carla Marins
Cristina só queria chamar a atenção do pai
Mimada, sonsa e de caráter bem duvidoso, Cristina ( Carla Marins)vivia disputando a atenção do pai com as irmãs. A inveja da moça ficou anda mais evidente quando descobriu que não era filha biológica do Álvaro. Para se vingar de Ana( Myriam Rios) - quem considerava ser a predileta do 'papai', Cristina (Carla Marins) conseguiu seduzir Luiz Fernando (Mauricio Mattar), engravidou do rapaz e se casou com ele. Mas não foi feliz, claro! No final da novela, no entanto, a rancorosa Cristina (Carla Marins) teve uma atitude madura e surpreendeu a todos quando convenceu Luiz Fernando (Mauricio Mattar) a ir atrás de Ana (Myriam Rios), seu verdadeiro amor que,bastante desiludida com a vida, estava de partida para uma longa temporada na Europa. No último capítulo da trama, os pombinhos se reencontraram no cais do porto, onde se beijaram apaixonadamente, selando o merecido final feliz.


Em nome da moral...

 Joanna Fomm
A perversa e interesseira Fausta
Não há novela que resista sem uma boa vilã ou um bom vilão. E Bambolê não fugiu à regra. No folhetim, que teve direção geral de Wolf Maya, a função de fazer maldades coube a Fausta (Joanna Fomm) - mulher fria, calculista e que só pensava em arranjar maridos ricos para as sobrinhas, pois em sua concepção essa era a única maneira de garantir um futuro tranquilo.

Thaís de Campos, Myriam Rios e Carla Marins
Criadas pelo pai liberal e pela tia conservadora, as jovens tinham que rebolar para não desagradarem nenhum dos dois.Mas a paz estava mesmo com os dias contados. Além de tocar vários planos para colocar Ana (Myriam Rios), Yolanda (Thaís de Campos) e Cristina (Carla Marins)contra o pai, a megera ainda lançaria mão de toda a sua crueldade a partir do momento em que descobriu a paixão de Álvaro (Claudio Marzo) por Marta (Susana Vieira).
Susana Vieira


Marta despertou a ira da vilã da novela
Marta (Susana Vieira), era uma mulher desquitada, mãe de dois filhos e que refez sua vida amorosa com Antenor (Herval Rossano). Tanta 'modernidade' tirou o sono da vilã que escondia um grande segredo, o amor que sempre sentiu pelo cunhado.

Curiosidades

O título da novela não se referia exclusivamente ao brinquedo que era moda nos anos 50. O autor batizou a trama de Bambolê para traduzir o jogo de cintura que Álvaro precisava ter para viver em uma sociedade que ele considerava muito ultrapassada.

Bambolê, de 1987, foi a última novela de Daniel Más,responsável por grandes tramas da história da TV como Transas e Caretas (1984), Um Sonho a Mais (1985) e os seriados Armação Ilimitada (1986) e Tarcísio e Glória (1988).O autor morreu em 1989.

A trama contou com um alto investimento da Globo, que apostou em seu sucesso devido ao grande êxito da minissérie Anos Dourados, exibida um ano antes, que retratou a mesma época. 

Ficha técnica

Emissora: Rede Globo
Capítulos: 172
Exibição: 7 de setembro de 1987 a 25 de março de 1988
Horário: 18h
Autor: Daniel Más.

Por Crsitina Souza

Publicado na revista TV Brasil n/n 826/827
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