sexta-feira, 8 de abril de 2016

Flávio Migliaccio


No ar em Eta Mundo Bom!, o ator só tem motivos para comemorar os mais de 40 anos de profissão.
 Flávio Migliaccio
Paulistano do Brás, Flávio Migliaccio crsceu vendo o pai, que era barbeiro, tocando violino para os 16 irmãos, a mãe e a vizinhança. Do ofício que sustentava a família, o jovem não herdou nadinha, porém, a veia artística parece que foi bem assimilada. "Sempre vivemos nesse clima da arte de representar, de tocar. Meu pai queria que eu fosse barbeiro e até tentou me ensinar a profissão, mas acebei não aprendendo. Eu queria mesmo era ser artista", lembrou. Flávio ganhou seu primeiro papel no teatro depois de fazer uma crítica ao ator de um espetáculo. E foi assim que subiu nos palcos. Dali para a TV não demorou e ele começou fazendo pequenos papeis na TV Tupi, mas logo estava na Globo.

Uma dupla do barulho

O Primeiro Amor (1992)

Flávio Migliaccio

Foi na Rede Globo que Flávio ganhou seu primeiro papel de destaque que, aliás, marcaria sua carreira para sempre. Ao lado de Paulo José, ele formou a dupla Shazan e Xerife na novela O Primeiro Amor, em 1972. "Eu e Paulo viemos da mesma escola de dramaturgia, o Teatro de Arena. Tínhamos a mesma linguagem, nos entendíamos no olhar. Antes da novela, estivemos no filme Como vai, vai bem? (1968) e por isso fomos convidados para a trama", lembrou Migliaccio, que não esquece o sucesso do trabalho. O público imediatamente adotou os dois personagens. A partir daí, foi uma festa. Eu passei a estar sempre com uma criança no colo. Isso foi incrível! Eu não ficava mais sem um pequeno pulando no meu pescoço", completa o ator, saudoso.

Shazan, Xerife e Cia - (1992) 

Flávio Migliaccio e Paulo José
Shazan e Xerife fez sucesso entre as crianças
Os personagens fizeram tanto sucesso que ganharam uma série independente depois do folhetim de Walther Negrão. Dirigido por Daniel Filho, era exibido às quintas-feiras, no horário das 21h. Depois de algum tempo passou a ser diário, às 18h. A cada semana, uma história nova era contada. Em 1998, Shazan e Xerife reapareceram numa participação especial no folhetim Era uma Vez (também do autor Walther Negrão), uma grande homenagem aos 25 anos de criação da dupla.  

Pão duro no pedaço

Paralelamente ao sucesso com a garotada, Flávio continuava ganhando personagens nas novelas globais. Só na década de 70, ele colecionou trabalhos em tramas como Corrida do Ouro, O Grito, Duas Vidas, O Casarão, O Astro e Pai Herói.

Corrida de Ouro (1974)

Na novela Corrida de Ouro ele fez o personagem  Sérgio

O Grito (1975)

Na novela O Grito como o personagem  Osvaldo


Duas Vidas (1976)

Personagem Túlio na novela Duas Vidas


O Casarão (1976)

Interpretou o personagem Coringa na novela O Casarão

O Astro (1977)
Como Neco na novela O Astro

As Aventuras de Tio Maneco (1979)

Flávio Migliaccio, Lui Farias, Mauro Farias e Maurício Farias 
Na série estão os três filhos de Roberto Farias na vida real, Lui, Mauro e Maurício, fazendo os papéis dos sobrinhos do tio Maneco, Beto, Pedro e Zequinha.
 Pai Herói (1979)


Genésio, na novela Pai Herói 


Também atuou com destaque em O Salvador da Pátria

O Salvador da Pátria (1989)


Interpretou Nilo em O Salvador da Pátria


Rainha da Sucata ( (1990)





Como o personagem Seu Moreiras na novela Rainha da Sucata

Mas foi no sucesso Rainha da Sucata que o ator, mais uma vez, ficou na boca do povo. Ele interpretou o pão-duro Seu Moreiras, pai de Nicinha (Marisa Orth), que era viúvo e estava em busca de uma grande companheira, no entanto, apenas para dividir os trabalhos da quitanda e da casa.

Também teve boa atuação na novela Perigosas Peruas.

Perigosas Peruas(1992)


Delegado Venâncio na novela Perigosas Peruas

Criando personagens

A Próximas Vítima (1995)



Como o Vitinho em A Próxima Vítima
Uma das atuações mais queridas de  Flávio Miglicaccio  foi como o feirante Vitinho, em A Próxima Vítima, de 1995. "Foi o que mais combinou comigo. Eu bolei uma coisa que considero uma das maiores criações que tive como ator e colaborei com o texto assim: inventei que ele vivia com o travesseiro e a roupa de cama embaixo do braço, por não ter lugar para dormir. Ficava engraçado", contou o ator.

O Amor Está no Ar (1997)

Como o personagem Peninha na novela O Amor está no Ar
Também lembra com carinho do Peninha, de O Amor Está no Ar, de 1997. "Eu era açougueiro e tinha bronca de um personagem. Em dado momento, o ameacei com algo que não estava no texto: "Você já ouviu falar no crime da mala? Foi um açougueiro!"A partir daí, eu ficava com a mala o tempo todo.

Era uma Vez (1998) 
Como o personagem Xerife na novela Era Uma Vez
Em 1998, Paulo José e Flávio Migliaccio viveram novamente Shazan e Xerife numa participação na novela "Era Uma Vez".

Caminho das Índias (2009)

Como Karan Ananda na novela Caminho das Índias

Um árabe encantador

Tapas e Beijos ( 2011/2015)

Como Seu Chalita em Tapas e Beijos
Entre os muitos personagens populares, Seu Chalita com certeza roubou a cena no humorístico Tapas e Beijos. O libanês era querido tanto pelos personagens da série quanto pelo público. E quando se despediu do trabalho, Flávio confessou que queria fazer o Chalita para sempre. "Na minha carreira, nunca tive a vaidade de fazer muitos personagens diferentes, sempre quis interpretar um e ficar com ele para o resto da vida", assumiu. 

Trabalho no momento

Eta Mundo Bom! ( 2016)

Depois da longa temporada de Tapas e Beijos, Migliaccio voltou às novelas em Eta Mundo Bom!. Ao contrário da expansividade de seu Chalita, o novo personagem, Josias, é bem tímido e ponderado. Veterinário, ele presta serviço na fazenda de Quinzinho (Ary Fontoura) e Cunegundes (Elizabeth Savalla). O solteirão vive aconselhando a família, fazendo uso de seu bom senso. E, apesar de tantos personagens de sucesso e mais de 40 anos de carreira, a humildade está sempre presente na vida de Migliaccio. "Não gosto desse endeusamento do artista. A profissão de ator é a mesma coisa de um pedreiro, de um marceneiro", analisa.

Na telinha

1972 - O Primeiro Amor
Xerife
1972 - Shazan, Xerife e Cia
Xerife
1974 - Corrida de Ouro
Sérgio
1975 - O Grito 
Osvaldo
1976 - Duas Vidas 
Túlio
1976 -O Casarão
Coringa
1977 - O Astro 
Neco
1978 -  As Aventuras de Tio Maneco
Tio Maneco
1979 - Pai Herói
Genésio 
1989 - O Salvador da Pátria
Nilo
1990 - Rainha da Sucata
Seu Moreiras
1992 - Perigosas Peruas
Delegado Venâncio
1995 - A Próximas Vítima 
Vitinho
1997 - O Amor Está no Ar 
Peninha
1998 - Era Uma Vez
Xerife
2009 - Caminho das Índias
Karan Ananda
2011 - Tapas e Beijos
Seu Chalita
2016 - Eta Mundo Bom!
Josias

Texto: Núcia Ferreira

Publicado na revista TV Brasil n/n 835
Trajetória

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