sexta-feira, 6 de maio de 2016

Minisséries - Histórias Do Brasil

Períodos marcantes da História do Brasil continuam fazendo sucesso na teledramaturgia

Andreia Horta caracterizada de Joaquina

Liberdade, Liberdade estreou na Rede Globo tendo como plano de fundo a luta dos inconfidentes mineiros pela independência. O folhetim - que mostra a luta e morte de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e a trajetória de sua herdeira - é inspirado no livro Joaquina, Filha do Tiradentes, de Maria José de Queiroz - este baseado na única informação que se tem após a morte do mártir: a de que era pai de uma menina. Deixando de lado toda a parte ficcional da trama (romances, intrigas, humor...) a luta do Brasil contra a coroa portuguesa nos séculos 18 e 19, que permeia a obra, demandou muita pesquisa da produção artística da Vênus Platinada. Desde a caracterização dos personagens até a efervescência das ideias que nasciam na época - papel da mulher na sociedade, abolição da escravidão e independência do Brasil - , tudo foi preparado para ser reproduzido do modo mais fiel possível. Essa, contudo, não é a primeira vez que a televisão exibe uma verdadeira aula de História para os telespectadores. Confira outras belas obras da teledramaturgia nacional que relataram alguns momentos importantíssimos do nosso País. 

A Muralha

 Letícia Sabatella e Tarcísio Meira , como Dom Jerônimo e Ana

Em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil, a Globo retratou a saga dos Bandeirantes rumo ao interior do País. A trama (exibida em 2000) se passava em 1600, época na qual os desbravadores buscavam terras cultiváveis, riquezas e índios para serem vendidos como escravos. Curiosamente, o título da série se refere a Serra do Mar, considerado o maior obstáculo para se chegar ao centro do Brasil. Na saga, Tarcísio Meira se destacou ao interpretar Dom Jerônimo, um hipócrita religioso da época, que estuprava índias, denunciava pessoas à Inquisição e oprimia sua mulher, Ana (Letícia Sabatella).

Escrava Isaura

 Rubens de Falco e Lucélia Santos

A luta abolicionista dos escravos no século 19 permeou a obra de 1976, considerada por críticos e público até hoje um dos marcos da dramaturgia brasileira! O folhetim, que retratava a saga de uma escrava nascida branca pela sua carta de alforria, foi revendida para muitos outros países, como o Japão, onde Lucélia Santos, que viveu a protagonista, é um fenômeno até hoje! Do regime escravocrata, castigos (no temido tronco) e as senzalas, tudo foi mostrado para representar fielmente as injustiças da época. Na trama, Isaura era a escrava submissa que reconhecia o seu lugar e suportava calada todas as barbaridades pelas quais passava.

O Quinto dos Infernos


2002 - Os atores Betty Lago e Marcos Pasquim contracenam na minissérie "O Quinto dos Infernos" 

Marcos Pasquim, Humberto Martins e Caco Ciocler na minissérie "O Qinto dos Infernos"
Cássio Gabus Mendes ganhou o papel de Dom João V
 O Quinto dos Infernos abusava da sensualidade e do humor dos personagens.

A vinda da família real portuguesa para o  Brasil foi bastante conturbada. O casamento da então criança Maria Joaquina com D.João VI foi arranjado e a independência do Brasil foi proclamada enquanto D.Pedro estava com diarreia! Esses - e muitos outros - bastidores políticos da época colonial foram reconstituídos pela minissérie de forma tão 'escrachada' e abusando da sensualidade, que chegou a ser criticada por um jornal português, por mostrar de forma caricata (e até ofensiva) os integrantes da família imperial. D.Pedro VI (Cássio Gabus Mendes), por exemplo, foi retratado com um 'glutão' covarde e traído pela esposa. 

Anos Rebeldes

Cássio Gabus Mendes e Malu Mader

A ditadura militar e as revoltas contra o regime vigente nas décadas de 60 e 70 também foram retratado na telinha  em 1992. A militância política, a censura, o movimento estudantil e as questões sociais serviram como cenário para contar o amor de dois jovens com projetos de vida diferentes: Maria Lúcia (Malu Mader) e João Alfredo (Cássio Gabus Mendes). Em meio ao conturbado Rio de Janeiro, os anos de chumbo foram retratados até 1979, quando a Lei da Anistia foi decretada. Curiosamente, a passagem de tempo durante a minissérie era mostrada por meio de manchetes reais de jornais e revistas, que situavam o público no período exato em que a trama se desenrolava.
Cláudia Abreu
A morte da jovem militante Heloísa (Cláudia Abreu) até hoje é uma das cenas mais marcantes da televisão.


Texto: Luana Rodriguez

Publicado na revista TV Brasil n/n 838
Sucessos de Época. 
Aulas na telinha
Fotos: www.terra.com.br- m.fotos.noticias.bol.uol.com.br
Divulgação/TV Globo
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