sábado, 9 de julho de 2016

Germano Romero - Religiosos Sem Religiosidade



um conto - uma crônica

Como é bom falar de coisas boas, de amor, de solidariedade e de tudo o que nos ensinou o maior Mestre de todos os tempos. A União Espírita Chico Xavier é uma casinha branca, pequenina, no meio do verde, à margem da rodovia da Praia de Tabatinga. É lá que, vez por outra, nas tardes de sábado, dou um pulinho para ouvir essas coisas.

Tudo de graça, tudo voluntário, tudo espontâneo, tudo em torno de Jesus, sem dízimo nem cobranças. Aliás, é bom lembrar do que Ele próprio profetizou: "Quando duas ou mais pessoas se reunirem em meu nome, eu estarei presente".

E é óbvio que estará, pois, pela energia do pensamento, já comprovada cientificamente, através do magnetismo, haverá, sim, uma sintonia de vibrações que canalizará a presença da luz que emana do que é verdadeiramente cristão.

É sempre valioso perceber como Jesus deu lições de ecumenismo em todo o seu tesouro evangélico. e de como Ele desprezava as religiões, enfatizando a religiosidade, o sentimento que nos liga às bênçãos da Criação Divina.

Esse foi um dos aspectos ilustrados na palestra do último sábado, no centrinho Chico Xavier, descrito na Parábola do Bom Samaritano, em que Jesus critica a atitude egoísta e indiferente dos sacerdotes e do levita que passaram, ao largo, diante do homem violentado pelos assaltantes, na Estrada de Jericó.

Um exemplo da hipocrisia dos religiosos sem religiosidade. Que ouvem, mas não praticam, que se julgam 'superiores" porque pertencem a uma igreja na qual não evoluem em nada como cristãos. Pelo contrário, ao seguir determinada crença, passam a criticar o comportamento alheio, discriminar os semelhantes, endurecendo os sentimentos de perdão e tolerância.

Ou seja, longe de serem cristãos na essência, configuram-se exatamente nos tais "sepulcros caiados", a quem Jesus se referiu com admirável ironia.

Germano Romero
Arquiteto e bacharel em Música.

Publicada no jornal Correio da Paraíba
Edição de 01 de julho de 2016
Opinião

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