quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O Bem-Amado


O Bem-Amado foi a primeira novela em cores do Brasil

Em O Bem-Amado, Odorico Paraguaçu foi vítima da própria armação!
Augusto Olímpio, Paulo Gracindo e Zilk Salaberry

 O corrupto coronel Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) se elegeu prefeito de Sucupira aproveitando-se do fato de não haver um cemitério na cidade, o que levava os mortos a serem sepultados no município vizinho. Após eleito, ele não demorou a fazer a tal obra na cidade, mas tinha pressa em inaugurá-la. Por azar, não morria ninguém em Sucupira e o político começou a fazer de um tudo para conseguir um defunto.

Aliados

Dorinha Durval, Paulo Gracindo, Ida Gomes e Dirce Migliaccio
Paulo Gracindo, Emiliano Queiroz e Lima Duarte

Como todo político, Odorico tinha seus aliados e as irmãs Cajazeiras Dorotéia (Ida Gomes), Dulcinéia(Dorinha Durval) e Judicéia (Dirce Migliaccio) faziam parte desse grupo. Dirceu Borboleta (Emíliano Queiroz), que era seu fiel secretario pessoal, completava o time.

Procura-se um defunto

Na esperança de enterrar alguém, Odorico leva para Sucupira o doente Ernesto (André Valli) , primo das irmãs Cajazeiras que foi desenganado pelos médicos. O prefeito tem esperança de que ele morra na cidade, mas Lulu Gouveia (Lutero Luiz) e Donana Medrado, que fazem oposição ao político, "roubam" o doente e conseguem curá-lo.  

O matador Zeca Diabo

Lima Duarte e Paulo Gracindo

Por conta de inúmeros trambiques que faz, Odorico começa a perder popularidade e se desespera para inaugurar o cemitério. Ele decide consentir a volta do matador Zeca Diabo (Lima Duarte) à cidade, dando-lhe a garantia  de que não será preso. O prefeito tem a esperança que o bandido mate alguém, só que o plano não dá certo, pois Zeca volta disposto a virar um homem  correto. 

Vingança

Ao perceber que deixou Zeca Diabo retornar a Sucupira em vão, Odorico arma a prisão dele por conta dos crimes do passado. Zeca é preso, mas logo depois foge.

Inauguração


No fim, Odorico resolve simular um atentado contra si mesmo e jogar a culpa na oposição. Para que tudo dê certo, ele combina o falso crime com Zeca. Só que, nesse meio tempo, Zeca descobre que o prefeito foi responsável por sua prisão e, com raiva, o mata com três tiros. O enterro de Odorico inaugura o cemitério.



Paulo Gracindo
Política brasileira na TV

Novela O Bem-Amado, de Dias Gomes, estreou na Globo há exatos 45 anos e tornou-se um dos maiores clássicos da telinha!
Lendário prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu apareceu na telinha há mais de 40 anos, mas o personagem até hoje seria atual, visto o momento político do Brasil, inundado por uma crise de corrupção. Mais que isso, se a novela O Bem-Amado não fosse ficção, poderíamos até dizer que nossos políticos tiveram uma boa escola com Odorico, imortalizado por Paulo Gracindo.

Demagogia

Pequeno município do litoral baiano, Sucupira era dominado por coronéis que agiam de forma inescrupulosa para se manterem no poder. Odorico era um deles com seu jeito impar de falar, cativava o povo com um discursos oportunista e acabou se elegendo prefeito do local com a promessa de construir um cemitério na cidade. De forma indireta e satirizada, a obra criticava o Brasil que, naqueles tempos, vivia sob o duro regime militar.

Cemitério inaugurado

Lima Duarte
Zeca Diabo, o matador que retornou à Sucupira e deu um fim a Odorico. 
Odorico cumpriu o prometido e entregou a obra, mas, como ninguém morria para inaugurar o espaço, o político fez um acordo com o matador Zeca Diabo (Lima Duarte) na intenção de que o bandido assassinasse alguém para finalmente enterrar no cemitério. 

O prefeito contava ainda com o apoio de seu secretário, Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz), e das irmãs Cajazeiras Dorotéia (Ida Gomes)Dulcicéia (Dorinha Durval) e Judicéia (Dirce Migliaccio). A grande ironia no final da trama, quem inaugurou a obra foi o próprio Odorico, que acabou morto a tiros por Zeca Diabo após uma série de escândalos.
Emiliano Queiroz
Como o impagável e puxa saco Dirceu Borboleta, que anos depois até virou personagem da Escolinha do Professor Raimundo.
Dorinha Durval, Paulo Gracindo, Ida Gomes e Dirce Migliaccio
Odorico Paraguaçu com as irmãs Cajazeiras, que eram apaixonadas por ele.


João Carlos Barroso
O jovem Eustórgio, filho de Zeca Diabo, sonhava em ser um cangaceiro.
Jardel Filho e Sandra Bréa
Jadel Filho com Sandra Bréa. Na trama eles eram Juarez e Adalgisa.

Precursora

O Bem-Amado foi a primeira novela em cores exibida pela TV brasileira, desafiando a equipe de produção, que teve que se adaptar aos novos equipamentos. Algumas cenas, inclusive, foram feitas várias vezes antes de irem ao ar. Foi também a primeira produção a ser exportada pela Globo, abrindo assim o mercado internacional para a teledramaturgia brasileira. Ou seja, a novela foi um grande marco na história da teledramaturgia entre 1980 e 1984. Odorico Paraguaçu 'ressuscitou' e voltou no seriado de mesmo nome exibido na Globo. 

Curiosidade!

Vale saber que a censura proibiu o uso de algumas palavras como 'coronel' e 'capitão', além de 'ódio' e 'vingança'. Resultado: em mais de um desafio,a produção precisou editar vários capítulos para retirar tais expressões 'proibidas'.

Ficha técnica

Emissora: Globo
Capítulos: 178
Autor: Dias Gomes
Exibição: 22 de janeiro de 1973 a 3 de outubro de 1973, às 22h

Texto: Denise Galvão

Texto:> Flavia Serra


Publicado na revista TV Brasil n/n 930
memória

Publicado na revista Guia da TV n/n 487 ano 10- 29/07/2016
Replay de emoções: Ano 70.
Fotos: Reprodução/R7.comcart.aodevisita-memproaglobo.globo.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário