sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Pessoa, A Família Mais Poderosa

Artigo de Adelson Barbosa dos Santos

Epitácio e João. Tio e sobrinho estenderam influência da Paraíba para o Brasil; hoje, o clã inexiste politicamente.

Família mais poderosa e influente do que a Pessoa, talvez não tenha existido na política da Paraíba. A família teve de vereadores e deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República.

Três destaques. João, Epitácio e José Pessoa exerceram grandes influência na política nacional, a partir da década de 1920, segundo os anais da história brasileira
Epitácio Pessoa
A maior estrela da família Pessoa, o ex-presidente da República, Epitácio Pessoa, chegou a montar uma das mais poderosas oligarquias da história. Epitácio foi presidente entre 28 de julho de 2919 e 15 de novembro de 1922. Foi senador pela Paraíba entre 3 de maio de 1924 e 24 de outubro de 1930. Exerceu o segundo mandato de senador entre 3 de maio de 1913 e 28 de julho de 1919. Ainda foi ministro do Supremo e Procurador-Geral da República,  e foi o mais influente.

João Pessoa
Mas o sobrinho, João Pessoa, foi o mais famoso. João era presidente do Estado, quando foi assassinado em julho de 1930. O crime teve ampla repercussão nacional porque meses antes, ele tinha disputado a vice-presidência da República, na chapa encabeçada por Getúlio Vargas. Os dois foram derrotados.

Além de Epitácio e João Pessoa, parentes deles como o coronel Antonio Pessoa (irmão de Epitácio e tio de João) foi presidente da Paraíba,de 24 de julho de 1915 a 1º de julho de 1916. Ele era vice de Castro Pinto e assumiu após renúncia do presidente.

José Pessoa
Outros irmãos de João Pessoa, o marechal José Pessoa, não seguiu carreira política. Optou pela carreira militar no Exército. Em 1954, José Pessoa foi convidado pelo presidente Café Filho para a presidência da Comissão de Localização da Nova Capital Federal, encarregada de examinar as condições gerais de instalação da cidade que, no Governo de Juscelino Kubitscheck foi construída e se chamou Brasília.

Distrito Federal

A Comissão, sob a presidência do paraibano irmão de João Pessoa e sobrinho de Epitácio Pessoa, segundo o historiador José Octávio de Arruda Melo, foi responsável pela escolha do local exato de Brasília.

Criado no Palácio do Catete

Epitácio Pessoa Cavalcanti de Albuquerque
Filho de João Pessoa, Epitácio Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, conhecido como Epitacinho, foi criado pelo presidente Getúlio Vargas, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então Capital da República. Epitacinho foi senador pela Paraíba. Era suplente e assumiu a vaga em definitivo, com a morte do titular.

Irmão de João Pessoa, Joaquim Pessoa foi presidente da Capital paraibana. Após as mortes de João e Epitácio, a família continuou militando politicamente, sempre com representantes na Assembléia Legislativa da Paraíba, na Prefeitura de Umbuzeiro e na Câmara Municipal de João Pessoa. De acordo com o historiador José Octávio de Arruda Melo, Epitácio montou uma oligarquia duradoura na Paraíba, mas João Pessoa foi o oposto.

No entanto, seus irmãos tentaram montar uma oligarquia, mas não obtiveram êxito, conforme José Octávio. Os irmãos que militaram na política da Paraíba não tinham a mesma habilidade de João e, muito menos, de Epitácio. Hoje, eles são homenageados como nomes de ruas na cidade que tem o nome do irmão mais influente.  

De acordo com José Octávio, João Pessoa tentou desmontar oligarquias a partir de sua terra, Umbuzeiro.

Lideranças e famílias que desapareceram

Coronel Zé Pereira
Argemiro de Figueiredo
Ernani Aíres Sátiro

Severino Cabral
Milton Cabral 
João Suassuna

Lucena (João Pessoa e Bananeiras)
Bezerra (Bananeiras)
Burity (João Pessoa e ingá)
Feitosa (Monteiro)
Sátiro (Patos)
Rolim (Cajazeiras)
Lafayete de Lima (Mamanguape)
Lira (Teixeira)
Dantas (Teixeira)
Ribeiro Coutinho (Santa Rita)
Maroja (Santa Rita)
Medeiros (Santa Luzia)
Brasilino Leite (Patos)
Leite Braga (Conceição)
Galdino (Piancó)
Gayoso (Patos)
Brasileiro (Itaporanga)
Olimpio (Pombal)
Paschoal/Marinheiro (Juazeirinho)
Pereira (Pombal)
Pereira (Princesa Isabel)
Diniz (Princesa Isabel)

Santa Rita

Segundo o historiador

José Octávio , a família Ribeiro Coutinho perdeu a influência política em definitivo após o último mandato de Marcus Odilon como prefeito do município.

Por Adelson Barbosa dos Santos 

Publicado no jornal Correio da Paraíba
Edição de 14 de agosto de 2016
Paraíba
Política
A7

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