segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Charles Chaplin - Adorável Vagabundo

Charles Chapin
Polivalente. Na manhã de Natal, há 40 anos, a arte perdia um de seus maiores gênios: o ator, diretor, escritor e músico Charles Chaplin.

"Eu permaneço apenas uma coisa, e só uma coisa: um palhaço. Isso me coloca em um plano muito mais alto do que qualquer político"-Chales Chaplin, ator e diretor. 

Ele foi ator, roteirista, diretor, músico e até dono de estúdio. Poucos artistas no cinema tiveram tantos controle sobre seu próprio trabalho e entregaram uma obra tão definitiva. Charles Chaplin hoje é um dos maiores gênios que usaram a sétima arte para se expressar. Sua carreira durou 75 anos, desde a infância pobre na Inglaterra até perto de sua morte, há 40 anos, em uma manhã de Natal, na sua casa na Suíça.

Através de seu personagem icônico Carlitos (Charllot na França; ou apenas "The Tramp" nos Estados Unidos), ele se tornou universalmente conhecido. Mas até encontrá-lo, ele viveu uma infância miserável na Inglaterra, trabalhando desde cedo no music hall enquanto sua mãe, cantora e atriz, ia ficando mais instável psicologicamente. Chaplin e seu irmão Sidney chegaram a morar em abrigos para órfãos.

Mas ele seguiu trabalhando no meio artístico. Com cerca de 20 anos, veio à América pela primeira vez, a bordo da companhia de Fred Karno. Acabou notado por Mack Sennett, que o convidou para trabalhar no cinema.

Rapidamente Chaplin desenvolveu Carlitos, que já aparece em seus primeiros curtas. Com o sucesso popular, também não demoraria a assumir a direção de seus filmes e ir trocando de estúdios, sempre com contratos mais vantajosos.

Estava na First Nacional quando dirigiu seu primeiro longa, O Garoto (1921). Mas foi quando se juntou a Mary Pickford, Douglas Fairbanks e David W.Griffith para criar a United Artists que chegou ao máximo do poder e talento.

Gastava o tempo e recursos necessários para criar obras-primas como Em Busca do Ouro (1925), Luzes da Cidade (1931) e Tempos Modernos (1936). Resistiu o quanto pode ao cinema falado. Quando aderiu, veio nova obra-prima: O Grande Ditador (1940), em que afrontou Hitler quando ninguém nos EUA queria fazê-lo.

A vida pessoal de Chaplin era cheia de controvérsias. Casou-se quatro vezes - três delas com adolescentes. Nos anos 1950, enquanto estava na Europa, foi impedido de voltar aos EUA pela perseguição macartista. O país demorou 20 anos para pedir-lhe desculpas, numa cerimônia do Oscar em 1972, Mas Chaplin não voltou a viver lá.

Grandes momentos de Chaplin

"O Imigrante"
Curta de 1917. Chaplin começa a botar o dedo da ferida do sonho americano ao mostrar que o país não era tão acolhedor assim.
"O Garoto"
Longa de 1921. Chaplins vai longe na sua mistura de comédia e melodrama ao mostrar Carlitos adotando um bebê abandonado.
"Em Busca do Ouro"
Longa de 1925. Várias cenas geniais, entre elas Carlitos fazendo o balé dos pãezinhos e comendo os cadarços do sapato como espaguetes.
"Luzes da Cidade"
Longa de 1931. Carlitos se apaixona por uma florista cega que pensa que ele é rico. Ele corta um dobrado para pagar a ela um tratamento.
"Tempos Modernos"
Curta de 1936. Com lirismo, Chaplin detona a industrialização desumana e o tratamento dispensado aos trabalhadores.
"O Grande Ditador"
Longa de 1940. Chapin faz de Hitler um ditador ridículo e denuncia a perseguição aos judeus quando os EUA ainda não queriam se meter.

Editor: Renato Félix.

Publicado no jornal Correio da Paraíba
Edição de 24 de dezembro d 2017
Caderno 2 

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